Vou tocar em um ponto ou em vários pontos altamente delicado. Mas tenho a mania de colocar a mão nos temas polêmicos. Por causa da ideologia dos gêneros, tenho lido textos que fazem uma confusão enorme entre definições como sexo, gênero e orientação sexual. Isso torna qualquer debate insano, pouco construtivo ou colaborativo.
Vamos tentar entender esses termos, para depois construirmos algo menos radical. Acho que qualquer visão radical, torna tudo mais nebulosa. O caminho do meio, neste caso, é o melhor.
Dito isso, vamos aos conceitos:
Sexo é o que somos biologicamente. O que nossos genes traçam no nosso corpo. É pura e simplesmente o que nos indica os órgãos reprodutores em nosso corpo: pênis, homem e vagina, mulher.
Gênero é uma construção da sociedade. É o que a sociedade diz sobre o que é próprio do comportamento do Homem e o da Mulher. Por exemplo, na nossa sociedade é impróprio para dois homens darem dois beijinhos ao se encontrarem. Já para as mulheres, esse tipo de comportamento é próprio.
Orientação sexual é a escolha de cada sexo com quem irão se relacionar. Tem um grupo de pessoas que preferem namorar pessoas de outro sexo ( heterossexuais); outras, preferem namorar pessoas de seu próprio sexo ( homossexuais) e, por fim, têm pessoas que preferem ambos os sexos (bissexuais).
Veja que não estou fazendo juízo de valor de nenhum desses conceitos e é ai que, talvez, tenhamos que pensar melhor. Quando vejo um homem mais atencioso, menos mal educado… tenho que pensar que ele “não gosta da fruta?”E se ele for homossexual? O que tem ?
Quando uma menina é pequena ( e portanto, eu acredito, não têm sua orientação sexual formada) gosta de brincar de carrinho… não quer dizer que ela vire uma “cabra macho”! Talvez, seja o caso da gente desconstruir estereótipos ( meninos gostam de azul e meninas de rosa) e construir uma sociedade mais gentil, menos preconceituosa, mais aberta ao diferente… Sem desrespeito ao que cada família acredita. E é ai que a família entra.
A escola dá o acesso a diversidade e a família mostra valores, entre eles o respeito ao diferente. É uma linha tênue, delicada e facilmente podemos cair para tudo vale ou tudo é feio.
Olá, Andrea! Mas qual a sua posição à política de “apagar” a atribuição dos gêneros homem e mulher para pessoas de sexos diferentes nas escolas? Você é professora, e por isso gostaria de saber sua opinião sobre isso.
Oi, Carol!
Achei que ninguém ia me perguntar! Vou ser sincera: Não sei!
Estava tentando lembrar onde na escola se coloca o gênero da criança. Em qual ficha? Documento?
O que se coloca é o sexo.
Uma historinha bem rápida: uma vez, vi uma Professora de literatura contar a razão das crianças não curtirem paródias de histórias infantis como a do Chapeuzinho Vermelho ( no filme “Deu a louca no Chapeuzinho). A razão é simples: algumas crianças não conhecem a história original e assim não acha graça da paródia.
Uma criança muito nova ( chutaria até os 16 anos), na maioria das vezes, não tem a identidade formada. E quem é a identidade emprestada ? Os pais, responsáveis… Não podemos esperar que o menino já tenha certeza de qual é a sua identidade sexual formada. Na escola, temos que respeitar isso. Mais que isso: temos que ser tradicionais sim. O que tenho ouvido/ lido é que, por exemplo, o menino ou menina podem escolher em qual banheiro quer usar. Bombas, então acaba com os banheiros masculino/ feminino ou vai dar besteira. Quem vai segurar os problemas advindos disso ? Resposta: o Professor!
Acho que o que tem que ser trabalhado na escola é a questão imposta pra gente de gênero: Por que só meninas podem brincar de bonecas? Por que só meninos podem usar chuteiras? Vamos romper essas máxima. Isso sim , é papel da escola.
Mas negar à criança a construção de sua sexualidade, tratando-a como adulto? Perigoso!
Beijos
Professora Andrea Barreto,
Em que material ou estudos cientificos você se baseou para
a definição destes conceitos acima: sexo,gênero,orientação sexual e expessão?
Olá, Gisele! De diversos sites educacionais que tratam do assunto de maneira séria. Esse tema não é novo e precisa ser debatido a sério. Sem sombra de dúvidas é complexo e está no limiar do que não podemos trazer para sala de aula. Mas como Professora, sempre encarei naturalmente.